Apesar das chuvas verificadas nos últimos dias, o açude
Castanhão, maior reservatório do Ceará, sofre as consequências da estiagem
prolongada. Localizado no município de Nova Jaguaribara, a 260 quilômetros de
Fortaleza, o reservatório tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos
de água, mas hoje acumula apenas 2,6 bilhões, que representa apenas 39,19% da
sua capacidade de armazenamento, o pior índice desde que foi inaugurado há 11
anos, de acordo com informações da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos
(Cogerh), publicadas nesta sexta-feira (11).
De acordo com a Cogerh, o reservatório é capaz de suportar
até dois anos de chuvas abaixo da média histórica mas, depois disso, o
reservatório corre risco de secar. O nível do reservatório poderia estar melhor
se as águas da transposição do Rio São Francisco já tivessem chegado à região
mas, até agora, apenas metade das obras foi concluída. “Para que supra o Castanhão da sua demanda
atual. Isso quer dizer o quê? Que a água que virá do [Rio] São Francisco vai
manter a cota do Castanhão estabilizada, ou seja, a demanda que está saindo
[para o abastecimento] é o que vai ser abastecido pela transposição do Rio São
Francisco”, explica José Ulisses de Souza, coordenador do Complexo Castanhão.
Além de Fortaleza, outros 25 municípios são abastecidos pelo
Castanhão, entre eles Nova Russas, distante 180 quilômetros da capital. No
município, um perímetro irrigado depende da água do açude. Hoje, cinco mil
hectares da região são utilizados para o cultivo de frutas, principalmente de
melão e da melancia, que são exportadas para diversos países, o que coloca
oCeará entre os maiores exportadores de frutas do País. “A região que
trabalhamos não tem muita água no subsolo. Ficaria difícil a gente ter a
quantidade de área plantada e uma boa produtividade por hectare se nós não
tivéssemos essa água [do Castanhão]”, diz o técnico agrícola Francisco Paulo
Filho.
Com o baixo nível das águas do açude Castanhão, os
agricultores temem que o crescimento das exportações seja prejudicado. “Se
tiver um racionamento de água, se você vai investir, você não investe ou vai
diminuir o investimento, porque pode faltar água e se faltar, não tem projeto
que resista”, explica o diretor
financeiro do perímetro, Cosme Damião.
MATÉRIA DO G1.

Ricardo Santos, é Co-fundador do site folha serrana, progetou e desenvolvel toda a estrutura do site como web designer.
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