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26 de outubro de 2014

Acidentes com pedestres e ciclistas somam 400 atendimentos por mês

Tímida demais para fazer efeito, a recente implantação de um maior número de ciclofaixas e passarelas em Fortaleza ainda não foi suficiente para reduzir a vulnerabilidade de ciclistas e pedestres no trânsito. Embora as medidas sejam válidas e importantes, ocorrências envolvendo os dois grupos continuam lotando as emergências do Estado, em especial do Instituto Dr José Frota, especialista em trauma na Capital. Somente entre janeiro e setembro desse ano, o hospital recebeu, ao todo, 3.568 vítimas de atropelamentos e acidentes com bicicletas. Um total de quase 400 atendimentos por mês, 13 a cada dia.

Devido ao maior grau de desproteção, pedestres tornam-se o grupo mais frágil. Na unidade, em nove meses, 2.324 atendimentos envolveram pessoas atropeladas por veículos de diferentes portes. A média foi de oito acidentes diários. Já os ciclistas representaram, em igual intervalo de tempo, 1.244 casos, cerca de 138 atendimentos realizados mensalmente.

Uma vez que não há estatísticas sobre o mesmo período do ano passado - o IJF disponibiliza apenas os dados de maio a dezembro de 2013 - não é possível calcular se houve aumento ou redução do número de casos. No entanto, Alex Mont'Alverne, chefe das equipes médicas do hospital, afirma que as ocorrências são frequentes e, geralmente, chegam à unidade com alto nível de gravidade.

Segundo ele, as pessoas que sofrem atropelamento têm perfis variados, desde idosos com dificuldades de locomoção a crianças que são atingidas por veículos ao brincar nas ruas. Dentre os ciclistas, os pacientes costumam ser jovens e adultos. Mont'Alverne destaca que a grande maioria das ocorrências são causadas pela imprudência dos motoristas, mas, em algumas situações, as próprias vítimas têm responsabilidade pelo ocorrido. "Existe uma falta de educação de todos no trânsito. Pedestres não atravessam nas faixas, ciclistas não andam nas ciclofaixas, e em muitos locais isso nem existe. Mas quando existem, os motoristas não respeitam", diz.

Conforme o representante do IJF, o consumo de álcool está presente em grande parte dos acidentes, tanto por parte de motoristas infratores quanto das pessoas atingidas. "Vemos muitos homens que, embriagados, andam pela rua sem controle ou tentam atravessar a rua sem condições. Alguns ciclistas também caem sozinhos porque estão alcoolizados. Mas também existem situações do motorista embriagado que sobe a calçada e fere pessoas que estão sentadas, andando ou no ponto de ônibus", afirma.

Motocicletas

As colisões entre pedestres e carros ainda são as mais comuns, mas os atropelamentos de pessoas por motocicletas também vêm se tornando cada vez mais frequentes. Um caso recente aconteceu no último mês de agosto, quando uma idosa de 66 anos morreu ao ser atropelada por uma moto quando atravessava a BR-116, no bairro Messejana. O condutor do veículo ficou ferido, mas conseguiu se recuperar.

"Algum tempo atrás, a gente quase não via isso acontecer. Apesar de o impacto não ser tão grande quanto o atropelamento por carros, as consequências também podem ser graves. Principalmente em crianças, por causa da massa corporal", explica Alex Mont'Alverne.

Quando não leva ao óbito, os acidentes com pedestres e ciclistas podem ocasionar lesões sérias, como politraumas e esmagamento de membros, e sequelas permanentes. "A amputação, quando realizada a tempo, não é incompatível com a vida. Mas quando a pessoa tem traumatismo craniano, que é comum, fica com sequelas motoras ou neurológicas graves, a ponto de ficar permanentemente acamado. O tempo de recuperação pode levar meses ", diz o médico.

NÚMERO


2.324 foi o número de vítimas de atropelamentos atendidas pelo IJF de janeiro a setembro desse ano Fonte Diário do Nordeste.
Devido ao maior grau de desproteção, os pedestres tornam-se o grupo mais frágil. A média registrada foi de oito acidentes diários com esse público
FOTO: KIKO SILVA


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