Albinos da
Tanzânia estão sendo caçados como animais. O comércio está sendo protegido
pelas pessoas mais poderosas do país.
A cultura
popular acredita que se você conseguir partes do corpo de um albino, conseguirá
sorte e riqueza pessoal. As pessoas estão dispostas a pagar de R$ 7.000 a R$
10.000 por um membro completo, ou mais de R$ 190.000 por uma pessoa inteira!
As pessoas
com albinismo são regularmente atacadas por bandidos que cortam seus membros,
deixando-os severamente mutilados. Por falta de atendimento médico adequado,
muitos morrem de hemorragia e infecções.
O albinismo,
uma condição genética hereditária que causa uma total ausência de pigmentação
na pele, cabelo e olhos, afeta 1 tanzaniano a cada 1.400. Muitas vezes, o fato
se dá devido a endogamia em comunidades remotas e rurais, dizem os
especialistas. Em comparação, no Ocidente, nasce 1 albino a cada 20.000
pessoas.
Desde que as
pessoas começaram a coletar registros dos crimes, houve 74 assassinatos e 59
sobreviventes de ataques. Mesmo os mortos não são poupados: 16 sepulturas já
foram violadas para roubar os corpos. E estes são apenas os casos registrados.
Pendo
Emmanuelle Nundi, um garoto (albino) de apenas 4 anos de idade, foi raptado em
dezembro de 2014. A polícia prometeu uma rápida ação para encontrá-lo, mas ele
está desaparecido desde então.
Outro caso
ocorreu com Mwigulu Matonange quando tinha apenas 10 anos. Ele foi severamente
atacado por homens enquanto saía da escola com um amigo. Os criminosos cortaram
seu braço esquerdo e desapareceram na mata carregando o membro como se fosse um
“prêmio”.
No caso da
Mwigulu, os dois homens eram estranhos: ele nunca tinha os visto antes. Mas,
várias denúncias dizem que em algumas famílias, os próprios pais são os
responsáveis por entregar os filhos aos bandidos, em troca de dinheiro.
Um caso
intrigante chocou a comunidade internacional quando uma albina de 38 anos foi
atacada por seu marido com facão. Outros quatro homens participaram da
barbárie. Ela estava dormindo no momento do crime. Segundo a ONU, sua filha de
8 anos de idade viu quando o pai saiu carregando o braço da mãe.
Os albinos
na Tanzânia vivem em constante medo, já que por pouco mais de R$ 250 é possível
que sejam atacados. Esse valor é três vezes maior que o salário mínimo, o que
os colocam em perigo de mutilação ou morte.
Em um país
como a Tanzânia, que está entre os 25 mais pobres do planeta, apenas pessoas
muito ricas ou políticos possuem dinheiro para comprar as partes dos corpos dos
albinos, o que deixa claro que os crimes estão sendo alimentados por pessoas
poderosas. Curandeiros também são cogitados como fomentadores dos crimes, por
prometerem curar diversas doenças.
Outro caso
ocorreu com Pendo Sengerema, de 15 anos. Ele estava jantando com a família
quando foi atacado. Seu braço direito foi decepado, logo abaixo do cotovelo. De
acordo com os jornais locais, um feiticeiro recebeu uma ordem de um cliente
rico, e recebeu R$ 1.500 pelo membro.
Algumas
crianças ficam presas em centros para não serem atacadas.
Ao que tudo
indica, os ataques aos albinos não se limitam apenas a Tanzânia. Segundo o
Under The Sun, já foram registradas mais de 136 mortes e 211 ataques em 25
países da África. E isso começou a ser contado e registrado após inúmeros casos
anteriores.
Países como
República do Congo, Costa do Marfim, Nigéria, Gana, Namíbia, Moçambique, dentro
outros, já registraram casos semelhantes.

Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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