Os últimos
cinco anos têm sido de tensão para os estabelecimentos financeiros no Ceará.
Conforme dados do Sindicato dos Bancários do Estado, 402 ações criminosas
realizadas por quadrilhas contra agências bancárias e correspondentes foram
registradas entre os anos de 2010 e 2014. Até o ano de 2013, a quantidade de
ataques aumentou quase quatro vezes. Contudo, ano passado, o número de crimes
cometidos reduziu 38%.
Ao fim do
ano de 2010, o Sindicato havia contabilizado 34 crimes, entre assaltos,
arrombamentos e ataques a carros-forte no Estado. Naquele ano, não foi
registrada nenhuma saidinha ou chegadinha bancária.
Em 2013,
foram somados no Ceará 132 ações. Apenas as saidinhas/chegadinhas foram 37.
Essa modalidade, sozinha, superou todos os crimes do Estado de três anos antes.
Os números
divergem das contas feitas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), que não
computa as saidinhas e chegadinhas bancárias.
Arrombamentos
A ação com
maior incidência nestes cinco anos foi o arrombamento de agências e caixas eletrônicos.
Em muitas das vezes utilizando explosivos industrializados conhecidos como
dinamite, em outras, com maçaricos, os criminosos realizaram entre 2010 e 2014
o total de 149 arrombamentos. O ano com maior número de crimes deste tipo foi
2013. Naquele período, 53 agências foram alvos das quadrilhas.
A modalidade
vinha em crescimento e reduziu ano passado, quando foram 36 ataques. O número
ainda é superior aos registrados nos anos anteriores. Em 2012, 31 agências
arrombadas. Em 2011, foram 21 locais atacados. No ano de 2010, o Sindicato
havia confirmado o número de oito ações no Estado.
As
tentativas de arrombamento seguem no mesmo ritmo. Em 2013, foram 20 ações em
todo o Ceará. Ano passado, o número caiu para 13. Mesmo assim, ainda é superior
aos anos anteriores, tendo em vista 12 tentativas contabilizadas no ano de
2012; sete vezes verificadas em 2011 e apenas um caso percebido no ano de 2010.
Assaltos
As ações
registradas como assaltos vêm em segundo lugar nas incidências criminosas
ocorridas contra as instituições financeiras. Nos últimos cinco anos, o
Sindicato dos Bancários somou 93 assaltos a agências no Ceará.
Os crimes
estão em constante sobe e desce. Em 2010, foram 23 ataques. Em 2011, o Ceará
registrou 14 ações. No ano seguinte, as quadrilhas assaltaram 23 agências
novamente. Já em 2013, o número caiu para 16 crimes. Ano passado, voltou a
crescer, chegando a 17.
As
chegadinhas e saidinhas bancárias também impulsionam os dados da violência
contra os bancos. Em cinco anos, foram 88 ações somadas.
Em 2014, 12
crimes registrados. Em 2013 e 2012, o Sindicato contabilizou 37 incidências, em
cada ano. Em 2011, no entanto, o número foi de apenas duas ocorrências. Já em
2010, não houve nenhum registro, conforme os dados da associação.
A quantidade
de carros-forte atacados também caiu em 2014. Foram dois casos registrados em
todo o período. Em 2013, havia sido somada a quantidade de seis veículos
vítimas das quadrilhas especializadas. Nos anos de 2011 e 2012, os bandidos
assaltaram quatro carros-forte, em cada período. Em 2010, foram dois ataques
anotados.
Repressão
Para o
titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), delegado Raphael Vilarinho, o
atual cenário é considerado positivo, tendo em vista o crescimento que se
percebe em âmbito nacional.
Para ele, os
trabalhos unificados das forças de segurança do Ceará têm dado resultado e são
o segredo para a redução dos crimes no Estado.
Em 2014, o
trabalho de repressão capitaneado pela Especializada conseguiu tirar de
circulação criminosos apontados como de extremo perigo e arquitetos de diversos
crimes.
Durante todo
o ano passado, mais de 100 pessoas foram presas por suspeita de participação
nas ações contra instituições financeiras. Conforme o delegado, a atuação dos
grupos criminosos vai além dos ataques a bancos e carros-forte. As ações das
quadrilhas são integradas e compostas por uma rede de crimes.
"O
bandido assalta para investir em droga. Nossa metodologia é desmontar os
'bancos' de drogas que os criminosos mantém com os assaltos. Desarticulamos
várias quadrilhas e prendemos indivíduos como Noé de Paula Moreira, Francisco
Elno dos Santos Lopes, que estavam na lista dos mais procurados, assim como
Juscelino Costa da Fonseca, o 'Terror' e Francisco de Assis Fernandes da Silva,
o 'Barrinha'", salientou.
Neste ano de
2015, o Sindicato dos Bancários já registrou quatro ações contra instituições
financeiras: em Jardim, em Russas, em Iracema e em Fortaleza. Apenas em Iracema
os criminosos conseguiram levar algo, ao explodirem a agência do Banco do
Brasil daquela cidade.
Levi de
Freitas
Repórter
A ousadia dos criminosos chegou ao ponto de, no último dia 10 de dezembro, explodirem uma agência e levarem os caixas eletrônicos em uma caminhonete |
Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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