A descoberta
de diversas crateras gigantes na Sibéria atraiu nos últimos meses interesse
mundial, lançando especulações que iam desde meteoritos até aliens. E agora, os
cientistas descobriram ainda mais delas.
Em julho de
2014, pastores de renas descobriram uma cratera de 80 metros de largura em
Yamal, península do norte da Rússia. Mais tarde, naquele mês, mais duas
crateras foram descobertas no distrito de Tazovsky e Taymyr, respectivamente.
Agora, as
imagens de satélite revelaram pelo menos mais quatro crateras, e pelo menos uma
é cercada por mais de 20 mini-crateras.
“Sabemos
agora de sete crateras na área do Ártico”, Vasily Bogoyavlensky, um cientista
petrolífero de Moscou e do Instituto de Pesquisa de Gás, disse ao jornal The
Siberian Times. “Cinco estão diretamente na Península de Yamal, uma em Yamal, o
distrito autônomo, e uma está no norte da região de Krasnoyarsk, perto da
Península de Taimyr”.
Agora, duas
das crateras se transformaram em lagos, imagens de satélite revelam. Uma
cratera chamada B2, localizada a 10 quilômetros ao sul de Bovanenkovo, um
importante campo de gás no distrito autônomo de Yamalo-Nenets, agora é um
grande lago cercado por mais de 20 pequenas crateras cheias de água.
Mas
Bogoyavlensky acha que pode haver muitos mais. Ele pediu uma investigação mais
aprofundada das crateras, além de recomendações de segurança para a região.
“Devemos pesquisar esse fenômeno com urgência, para evitar possíveis
desastres”, disse ele.
YAMAL-CRATERS-7
Gases
aprisionados
Embora a
origem destas crateras permanece um tanto misteriosa, muitos cientistas acreditam
que elas foram criadas por explosões de gás de alta pressão liberadas do
derretimento do permafrost, ou solo congelado, devido ao aquecimento do clima.
“Na minha
opinião, definitivamente está relacionado ao aquecimento e permafrost”, disse
Vladimir Romanovsky, um geofísico que estuda permafrosts na Universidade do
Alaska.
Romanovskyt
acha que sabe como isso ocorre: gás pressurizado – principalmente metano, mas
possivelmente dióxido de carbono, existe sob o permafrost. Desde que
temperaturas mais quentes descongelam o permafrost de baixo para cima, forma
cavidades subterrâneas, disse Romanovsky. À medida que o gás se aproxima da
superfície, ele deforma o terreno acima, criando uma pequena colina.
Finalmente, o gás pressurizado irrompe através da superfície, formando uma
cratera, disse ele.
Em novembro
de 2014, os cientistas foram em uma expedição para estudar a cratera Yamal,
tirando algumas fotos impressionantes. Vladimir Pushkarev, diretor do Centro de
Exploração Ártica, subiu para dentro da cratera em uma corda para observá-lo a
partir do interior.
“Você pode
ver nas fotografias uma estrutura muito diferente”, onde a maior parte do
buraco cedeu, mas apenas a parte superior a 5-7 m parece uma cratera,
Romanovsky disse. “Somente os vários metros superiores [de terra] foram jogados fora, mas a maior
parte do buraco estava realmente lá antes da erupção.”
Explosões
perigosas
O metano em
erupção pode mesmo ter pegado fogo. Moradores próximos da cratera na cidade de
Antipayuta relataram ter visto um flash brilhante à distância, de acordo com o
The Siberian Times.
“Provavelmente,
o gás inflamou”, disse Bogoyavlensky ao jornal The Siberian Times. Investigar
as crateras será perigoso, porque os cientistas não sabem quando as emissões de
gás ocorrerão, acrescentou.
Como o
metano teria pegado fogo é um mistério, disse Romanovsky. “Parece que isso
aconteceu durante o inverno, então não deve haver trovoadas ou raios”, disse
ele. Ele acha que o metano provavelmente entrou em erupção sem inflamar, apenas
devido à alta pressão.
Estas
crateras só devem se formar quando a temperatura é quente o suficiente para
derreter o permafrost. “Se o aquecimento continuar, vamos ver mais e mais desse
fenômeno”, disse Romanovsky. Pode acontecer em qualquer lugar onde há fontes
suficientes de gás natural, incluindo partes do Alasca e noroeste do Canadá,
acrescentou. [LiveScience]
Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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