Em meio ao
caos na saúde pública, crianças com sintomas de dengue, sarampo, catapora e
outras viroses lotam os corredores do Hospital Albert Sabin, na Vila União. Os
pais e familiares dos pequenos pacientes reclamam da falta de médicos,
consultas e atendimento prioritário aos doentes com necessidades especiais. Ao
todo, foram registradas 57 crianças nos corredores.
Na entrada
da unidade, na recepção e nos corredores, meninos com febre, tosse, dor de
cabeças e manchas pelo corpo aguardam atendimento médico especializado ou mesmo
a primeira consulta. Ambulâncias de diversos municípios do Interior do Estado
chegam durante todo o dia com mais pacientes.
A dona de
casa Dayane Nunes tentava, desde segunda-feira (11), levar seu filha, de 6
anos, com sintomas de dengue, ao hospital. Ela chegou por volta de 11h30 e saiu
sem atendimento às 23h. Ontem, a mãe levou novamente a criança, e um exame de
sangue diagnosticou o baixo número de plaquetas, confirmando o quadro de
dengue. Dayane aguardou durante todo o dia a transferência da filha para um
leito em outra unidade, mas não obteve resposta até a noite de ontem.
"Nossas crianças estão sendo atendidas como animais. Falta alimento e
medicação. É triste", lamentou a mãe.
Moradores de
outros municípios também procuram a unidade por ser um centro de referência em
atendimento especializado a crianças e adolescentes. Ana Raquel da Silva, 21,
tia de um bebê de nove meses, enfrentou o sol e o transporte público, saindo de
Maracanaú, para poder conseguir assistência para o seu sobrinho. "Estou
desde 6h30 com o meu bebê. Ele deu duas convulsões dentro do coletivo, não sei
o que fazer", revelou.
Foi
constatado, em exame médico, que a criança estava com catapora. Conforme o
documento, ela apresentou erupções cutâneas, coceira, falta de apetite, dores
de cabeça e na barriga.
O Sindicato
dos Médicos do Estado do Ceará divulgou, no "Corredômetro" de ontem,
o registro de 397 pacientes sem leitos, "acomodados" em corredores de
hospitais de emergência de Fortaleza.
Deputados
estaduais são barrados na entrada do Hospital Albert Sabin
Uma comissão
formada pelos deputados estaduais Audic Mota, Danniel Oliveira, Silvana
Oliveira e Walter Cavalcante foi barrada na entrada da Emergência do Hospital
Albert Sabin e só conseguiu acesso após contato com a assessoria de comunicação
da unidade. No local, os parlamentares constataram a superlotação. Ao tentar
ingressar na unidade, o segurança vetou a entrada, apesar de o grupo ter se
identificado como deputados.
Diretoria do
hospital recebe comissão de parlamentares
Após o
desentendimento, os partidários foram recebidos pela assessoria de imprensa e,
em seguida, pela diretora do hospital, Marfisa Portela, que estava em horário
de almoço. Segundo os deputados, ela informou que a unidade está sofrendo com a
falta de leitos e verbas por parte do Estado. As informações e imagens
coletadas no hospital serão apresentadas em uma audiência na Assembleia
Legislativa.
O Hospital
Albert Sabin informou, por meio de nota, que conta com 306 leitos divididos em
enfermarias, observação, UTI Pediátrica, UTI Neonatal, oncologia e
pós-cirúrgicos. Destes, 45 são de UTIs. Devido ao atual período sazonal e
aumento progressivo da demanda, como casos de sarampo e coqueluche, a equipe
foi reforçada.
Houve
aumento da quantidade de leitos de retaguarda na Sociedade de Assistência e
Proteção à Infância (Sopai, 80) e Hospital da Mulher (30), além do acréscimo de
15 leitos no Albert Sabin. Em média, 12 a 15 transferências são feitas por dia.
Neste ano, até abril, 3.196 internações foram registradas. A equipe clínica e
técnica diária, a cada turno, é de dez pediatras e sete enfermeiros e um
auxiliar de enfermagem para cada seis leitos. A quantidade pode ser alterada
para mais, segundo a demanda.
Diário do
Nordeste
Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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