A
Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou neste mês a inclusão de 16 novos
medicamentos contra o câncer na Lista Modelo de Medicamentos Essenciais para
adultos e crianças. Com isso, a organização considera como prioritários para o
tratamento oncológico 46 fármacos, que devem ser oferecidos no sistema público
de todos os países. Os novos medicamentos foram sugeridos à OMS por um estudo
feito por 90 médicos espalhados pelo mundo.
Um dos
colíderes da força-tarefa do estudo, Gilberto Lopes, do Centro Paulista de
Oncologia do Grupo Oncoclínicas do Brasil, ressaltou que essa foi a maior
inclusão de medicamentos desde a criação da lista, em 1977. “Ficamos muito
contentes porque a OMS aprovou 16 das 22 drogas que sugerimos. Elas têm impacto
significativo na sobrevida e, muitas vezes, na qualidade de vida dos
pacientes”, informou Lopes. “Ela inclui alguns medicamentos que já são
genéricos, mas também de alguns de alto custo, como o trastuzumab, o imatinib e
o rituximab, que são usados para tratamento de câncer de mama, mieloide crônica
e linfoma, respectivamente.”
O
oncologista lembrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vários dos
medicamentos recém-incluídos na lista, mas alguns são restritos a tratamentos
específicos. Ele citou, como exemplo, o trastuzumab, aprovado no SUS somente para
o tratamento adjuvante, que é posterior à cirurgia, para prevenir que a doença
volte.
“A lista da
OMS agora também inclui a droga para o tratamento de pacientes com a doença
mais avançada, metastática, para que elas [as vítimas] vivam melhor e por mais
tempo. Essa é uma das novidades da lista deste ano, incluímos não só os
remédios, mas também as indicações para as quais eles são considerados
essenciais”, declarou.
Lopes
comemorou também o fato de a OMS ter sinalizado que a atualização da lista
modelo passará a ser anual ou bienal. “A última revisão ocorreu há mais de uma
década, mas conseguimos chegar a um acordo [no sentido] de que essas revisões
devem ser periódicas e não só quando há pressão muito grande de pacientes e
médicos. Assim, poderemos tentar incluir na próxima revisão alguns medicamentos
que consideramos muito importantes, mas que não estão na lista”, disse.Fonte
Ceará agora
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