A presidente
Dilma Rousseff comemorou, nessa terça-feira, a aprovação pelo Senado da Medida
Provisória 665, que restringe à concessão do seguro-desemprego, do
seguro-defeso e do abono salarial. As mudanças diminuem os gastos do Governo
Federal com a concessão desses benefícios. Dilma irá sancionar a nova
legislação, que, no caso do seguro-desemprego, será concedido, no primeiro
pedido, após 12 meses de carteira assinada.
A MP 665
recebeu 39 votos a favor e 32 contra—, em uma votação que marcou a primeira
vitória da semana do Palácio do Planalto. Com a aprovação da Medida Provisória,
o Governo Dilma respira para dar sequencia ao ajuste fiscal na tentativa de
arrecadar mais impostos, diminuir os gastos públicos e garantir o equilíbrio
das contas da União.
O texto, que
segue para sanção da presidente, dificulta a concessão de seguro-desemprego,
abono salarial e seguro-defeso (destinado a pescadores na entressafra).
A medida foi
aprovada pelo Congresso com alterações bem mais amenas do que as originalmente
propostas pelo Executivo.
Quanto ao
abono salarial – benefício de um salário mínimo para quem recebe até dois
salários mínimos – o Congresso aprovou a necessidade do trabalhador ter, no
mínimo, três meses de carteira assinada, mas há o compromisso do governo de
vetar esse trecho, o que manteria a exigência atual, de um mês.
O Governo
Federal ainda não tem previsão oficial de quantos trabalhadores serão afetados
pelo acesso mais restrito aos benefícios. Um estudo do Dieese, divulgado no mês
de janeiro, apontava que um contingente de 4,8 milhões de beneficiários não
teriam acesso ao seguro-desemprego (a estimativa considera a Rais de 2013).
Outros dados
apresentados pelo Ministério do Trabalho revelavam, no início do debate sobre
as MPs, ainda, no mês de janeiro, que, se as novas regras fossem aplicadas em
2014, 2,27 milhões de trabalhadores não receberiam seguro-desemprego. No ano
passado, 8,5 milhões de brasileiros pediram o benefício.
O Governo
Federal ainda tem outras duas MPs para serem votadas. O Senado votará, nesta
quarta-feira, a MP que altera as regras para concessão da pensão por morte e
auxílio doença. A outra MP eleva a tributação de produtos importados e a
previsão é que seja apreciada nessa quinta, dia 28.
Os cálculos
do Governo Federal apontam que, com as restrições ao seguro-desemprego,
seguro-defeso e abono salarial, a redução de gastos será de, pelo menos, R$ 5
bilhões neste ano .A expectativa inicial era promover uma redução de gastos de
R$ 18 bilhões. O número, logo depois de anunciado, foi revisto para R$ 11 bilhões
porque as alterações nas regras do abono salarial só teriam impacto fiscal a
partir do ano que vem.
Com as
várias concessões feitas pelo Executivo para vencer as resistências às
propostas no Congresso, a economia caiu para R$ 5 bilhões, segundo o ministro
Nelson Barbosa (Planejamento). Para compensar, o governo anunciou na semana
passada aumento na tributação dos bancos. O Governo enfrentará, ainda, outra
queda de braço: a votação do projeto diminui a desoneração da folha de
pagamento das empresas.
A Medida
Provisória das desonerações disciplina que, em 2015, a alíquota da contribuição
previdenciária sobre o faturamento das empresas de 1% para 2,5% para o setor
industrial e de 2% para 4,5% para a área de serviços. O projeto reduziria a
renúncia fiscal com a desoneração de R$ 25 bilhões para R$ 12 bilhões ao ano.
Para este ano, a economia estimada era de R$ 5,35 bilhões se a taxação maior
entrasse em vigor em junho.

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