O relatório
técnico que vai embasar a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as
contas da gestão Dilma Rousseff referentes a 2014 aponta que os dados
fornecidos pelo governo estão contaminados por uma série de irregularidades,
como as pedaladas fiscais – atrasos propositais no repasse de recursos públicos
a bancos, de forma a melhorar as contas do governo. Segundo o TCU, R$ 37,1
bilhões gerados pelas pedaladas fiscais foram omitidos do balanço de 2014. O
tribunal tratou essa omissão como “passivo oculto”. Anualmente, o TCU analisa o
Balanço Geral da União (BGU) e faz um parecer sobre as contas do governo.
Normalmente, o TCU aprova as contas, mas faz ressalvas. Agora, o julgamento
marcado para a próxima quarta-feira pode terminar com um desfecho inédito. Os
ministros podem reprovar as contas.
O relatório
aponta que as distorções no balanço do somam R$ 281 bilhões. Neste número estão
incluídos desde restos a pagar (despesas adiadas para o ano seguinte) que não
foram registrados corretamente pelo governo a divergências contábeis na dívida
ativa da União.
No caso das
pedaladas, o relatório menciona o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica
Federal e o BNDES. Eles pagaram, com recursos próprios, benefícios como Bolsa
Família, seguro-desemprego, aposentadorias e financiamento agrícola subsidiado.
Essa manobra fiscal já foi condenada pelo TCU, em julgamento em abril. Entre
outras “distorções”, o relatório do TCU menciona a Operação Lava Jato e revela
que a União perdeu R$ 14,7 bilhões em sua participação na Petrobrás no ano
passado. Essa perda patrimonial não foi registrada nas contas do governo.
O levantamento
aponta manobra para emitir ordens bancárias no fim de dezembro para saques em
janeiro. Com isso, o impacto sobre as contas públicas é jogado para o ano
seguinte. Em resposta, o Tesouro Nacional informou que “esse fenômeno acontece
todos os anos”.
Lindomar Rodrigues
Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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