Uma mulher
de 35 anos e seu filho de oito meses eram mantidos em cárcere privado em uma
residência localizada em Aquiraz. O marido é o suspeito de cometer o crime.
Depois de um ano vivendo nesta condição, ela foi libertada na madrugada desta
segunda-feira, 10, por policiais militares da 5ª Companhia do 2º Batalhão de
Polícia Comunitária (BPCom).
Segundo o
soldado Josué Pereira, a viatura RD 1169 recebeu uma denúncia de agressão na
rua Francisco Faustino de Castro, no bairro Chácara da Prainha, e se dirigiu
até o local indicado. Ao chegar na casa, os policiais avistaram pela janela a
mulher chorando e gritando por ajuda. A mãe foi encontrada com marcas de
agressão, enquanto a criança não tinha indícios de ataque.
Ela informou
aos policiais que estava a um ano no Ceará vivendo como vítima de cárcere
privado do próprio marido. De acordo com o soldado Josué, o homem deixava a
esposa trancada dentro de casa sob ameaça de morte, caso a mulher tentasse
fugir ou contasse o que estava acontecendo.
"Ele
levava a chave de casa e dizia: 'se você gritar, prefiro ser preso por
homicídio do que ser preso na Lei Maria da Penha'", contou o militar. O
marido da mulher é da Paraíba e trouxe a família para o Ceará. Ele trabalha
como vigilante, segundo informações da vítima.
Conforme
depoimento da vítima, desde o começo o esposo foi violento, mas, por medo, ela
não teve coragem de denunciar. Natural de Natal, a mulher não tinha contato com
os familiares desde a vinda para o Ceará. "Uma vez ela tentou gritar, mas
o marido a impediu com uma mordida no rosto, ferindo o nariz e a boca",
relatou o soldado.
A composição
responsável por libertar a mulher a levou até a Delegacia Metropolitana do
Eusébio para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O.). Em seguida, ela passou
por exames no Instituto Médico Legal (IML). Depois, os policiais levaram a mãe
e o filho até a rodoviária João Thomé e compraram uma passagem para uma cidade
de outro Estado. Além disso, a equipe da 5ª Cia. do BPCom forneceu dinheiro
para alimentação.
Suspeito
O suspeito
foi identificado como Danilo. A mulher não soube dizer em qual empresa de
segurança o marido trabalhava. Os policiais também não encontraram fotos dele.
"Ele trabalha à noite como vigilante em Aquiraz. Até então são as
informações que temos. Ela não via nada que acontecia, nem tinha nada do
esposo, mas passou as características dele", comentou Josué à reportagem.
Quando os
policiais chegaram na casa, o homem suspeito pelo crime de cárcere privado não
estava no local. De acordo com o soldado Josué, devido à movimentação, alguém
pode ter o alertado sobre a presença da Polícia no local.
O caso será
investigado pela Delegacia Metropolitana de Aquiraz. O titular da unidade
policial, delegado Lira Ximenes, disse que já recebeu o inquérito e vai dar
início a investigação.
O Povo
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