Secretário
Delci Teixeira: "Perdemos o mês de agosto"
O estado do
Ceará prossegue em sua escalada de violência armada sem freios. Prova disso são
os números da criminalidade que já começam a ser admitidos pela cúpula da
Segurança Pública e pelo próprio Palácio da Abolição. Nada menos , que 2.634
pessoas foram assassinadas em oito meses de 2015. Somente no mês de agosto, a Capital registrou 160 homicídios, incluindo duas chacinas com
10 mortos em duas favelas.
Em agosto,
os 356 assassinatos registrados em todo o estado representaram uma elevação da
ordem de 15,6 por cento em comparação a agosto de 2014 (quando ocorreram 308
crimes). Em Fortaleza, a elevação chegou
a 11,4 por cento.
Em
entrevista coletiva à Imprensa na sede da Pasta, na tarde de quinta-feira, o
titular da SSPDS, delegado Delci Teixeira, lamentou os números. “Qualquer
explicação que dermos neste momento não vai justificar. Perdemos o mês de
agosto”, desabafou.
Na
Assembleia Legislativa do Estado, a apresentação dos números divulgados através
da Imprensa pela SSPDS teve repercussão na sessão ordinária desta sexta-feira
(4). E dividiu opiniões entre as
bancadas governista e oposicionista.
Coube aos
deputados estaduais Roberto Mesquita (PV), Ely Aguiar (PSDC) e Heitor Férrer
(PDT) os pronunciamentos mais contundentes acerca do fato. Para Ely, finalmente
o Governo começa a admitir que a escalada da violência no Ceará está atingindo
a população de forma incontestável. Para ele, até então, estavam sendo
apresentados à sociedade números estatísticos “maquiados” para transmitir uma
falsa sensação de segurança diante de uma suposta queda no número de
homicídios.
Tráfico e impunidade
“Agora, não tiveram
mais como esconder. A ficha caiu”, disparou Ely Aguiar, ressaltando dois
exemplos de como anda a criminalidade no Ceará. O primeiro, a “guerra” entre
duas gangues de traficantes que já deixou 20 mortos em Fortaleza (no bairro
Jardim das Oliveiras). O outro exemplo, a presença de um chefe do tráfico do
Rio de Janeiro, integrante da facção criminosa “Comando Vermelho”, que aqui
vivia luxuosamente.
Já o
deputado Heitor Férrer foi mais didático ao apontar como uma das principais
causas da violência armada e dos assassinatos no Ceará a impunidade gerada pela
falta de investigação dos crimes. A razão disso, segundo o parlamentar deve-se
ao déficit de efetivo na Polícia Civil a responsável pela apuração dos delitos.
Segundo Heitor
Férrer, em 1980, o Ceará tinha uma população estimada em 5,3 milhões de
habitantes e o contingente da Polícia Civil era de 4.250 servidores. Hoje, em
2015, com o Ceará tendo uma população de aproximadamente 8,8 milhões de
habitantes, o efetivo da instituição é de exatos 2.258 servidores (delegados,
inspetores e escrivães). Fernando ribeiro
Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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