Jucilene
Mendes – Da Redação
Em época de
crise financeira, todo mundo quer economizar em tudo o que puder. E para quem
usa o carro todo o dia, diminuir o consumo de combustível pode ajudar bastante
no orçamento no final do mês. Um mecânico da cidade, já com bastante
experiência em várias empresas, incluindo trabalhos fora do Brasil, está
trazendo a Mossoró uma novidade que além de ajudar a economizar gasolina
minimiza os danos ao meio ambiente. É o sistema de hidrogênio veicular que está
sendo difundido pelo técnico em eletrotécnica, Sérgio Melo.
Ele explica
que o sistema usa o gás hidrogênio para funcionamento de motores de combustão
interna, à gasolina, etanol ou diesel. “É um equipamento conhecido como gerador
de hidrogênio, ou seja, célula de hidrogênio. É um equipamento que funciona com
água destilada, com uma e uma medição de hidróxido de sódio, entre 1 litro a
1,5 litro de água”.
O
equipamento possui um borbulhador, um módulo PWM, equipamento para controle da
amperagem a ser usada no gerador de hidrogênio. O sistema separa o oxigênio da
água e extrai o gás, através do estado de borbulhação. “Não é ebulição, não
ferve, cria bolhas quando o gás sobe, separando o gás da água”, esclarece o
mecânico.
Sérgio
explica como acontece o processo: “Ele vai entrar em estado de borbulhação,
separando o oxigênio da água e soltando o gás. O gás vem retornando, acumula no
reservatório e posteriormente o reservatório solta o gás para a queima da
combustão.
Além de
potencializar o combustível, o hidrogênio ainda propõe diversos benefícios para
o carro e não lança poluentes na natureza.
“É um
combustível de alta explosão. Mais potente do que a gasolina 20 vezes e mais
explosivo do que o gás GNV 40 vezes. É tão potente que para armazenar é
perigoso. Tem que ser fabricado e consumido. Não polui o meio ambiente, não
estraga nada do motor, queima todo o resíduo de combustível e deixa o motor
extremamente limpo, sem monóxido de carbono. A manutenção é praticamente zero”,
explica Sérgio.
Sistema
potencializa uso do combustível
Mecânico
mostra poder de fogo com um teste simples
Foto Ednilto
Neves
A economia
de combustível ocorre porque o sistema diminui a quantidade de gasolina para o
motor e leva o hidrogênio para fazer a queima no motor. “Com um 1 litro de água
destilada o carro pode andar de 270 a 240 km, dependendo da cilindrada. Em um
carro 1.0 a 1.4, que anda a 90 ou 100 km/h, se ele faz 10 km com um litro de
combustível, irá fazer 16 km com um litro”, diz.
Para fazer a
instalação, Sérgio ressalta que o profissional deve entender de mecânica,
eletrotécnica, física e conhecimento básico do sistema de eletrotécnica para
fazer a manipulação dos componentes do motor. “O segredo está na montagem das
placas para saber mais ou menos a quantidade de gás que será produzido por
minuto. Isso fica no conhecimento de cada mecânico”, diz.
A manutenção
do sistema deve ser feita uma vez por mês, quando a água é trocada e
adicionadas 20 gramas de hidróxido de sódio.
O
equipamento já foi instalado em veículos de 13 clientes. “O pessoal ainda não
conhece, fica sempre com aquela pulga atrás da orelha, ainda tem medo, mas é
totalmente seguro e bom para o veículo”, afirma.
A instalação
custa cerca de R$ 1.200,00 em carros 1.0 a 1.6. O sistema também funciona em
motocicletas. O mecânico explica que, nesse caso, não é necessário nem
instalação, funciona só com o hidrogênio.
Mecânico
conheceu o sistema na África
O sistema
não é novo mundialmente, mas é novidade por aqui. Sérgio explica que o sistema
hidrogênio é um combustível potencializador para motor que foi criado por um
cientista alemão para ser usado em foguetes da Nasa. “Eu apenas copiei”, diz.
O mecânico
foi aluno do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e há 42 anos
trabalha no ramo, com experiência em diversas empresas e países. “Toda vida
trabalhei com concessionária, tenho 32 certificados e passaporte internacional
da Volkswagen”, afirma.
Há dois anos
Sérgio voltou da África, onde esteve em diversos países, e onde também o
hidrogênio é usado amplamente para diminuir o consumo de combustível nos
veículos. Veio para ficar mais próximo à família, cansado de trabalhar fora por
longos períodos, e iniciou seu próprio negócio. “Passava cinco a sete meses
fora e a família ficava sozinha. Não tinha mais futuro pra mim. No meio do
mundo tem muita doença, gente de todo o tipo”, diz.
Com medo de
sofrer pressão dos postos de combustíveis da cidade, ele conta que só
recentemente resolveu iniciar o serviço na cidade. Mas o carro dele já anda há
algum tempo com esse sistema.
Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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