Falta água, falta o peixe! Açude Ema
perde a água e leva junto o peixe do pescador.
Com um nível de água preocupante,
crítico, os peixes chegaram ao seu limite de sobrevivência. A falta de chuva
traz toda essa onda de negatividade, onda de perdas e nada de ganho. O
agricultor já leva as mãos à cabeça e começa a se ajoelhar, em um momento que
se encontra só para que ninguém o veja aos prantos. Perde seu gado, perde suas
criações e nada pode fazer. O pescador que o diga e compartilha essa dor, já
que há tempos não pode mais pescar para que não baldeie a água que vai para a
população.
Aquela vontade que tinha os
pescadores do açude Ema em pescar aquele peixe, que de tão grande dava água na
boca, se desfez. E essa desmotivação se fortifica na vista do pescador quando
ele se depara com vários peixes mortos à beira do açude, é de fazer dó mesmo.
Os peixes dariam, e ajudariam, na comida, na mesa desse pescador, que coitado,
já não vai ver mais seu filhinho com os olhos grandes e curiosos sobre o peixe
que trazia.
Agora todo esse peixe que morre e
boia no açude, servirá para outra cadeia alimentar: as aves. Os ditos “urubus”
fazem a festa, as canoas vazias, afundadas no que resta de água, e que talvez
para o próximo ano possa vir a suportar o peso de grandes peixes que certamente
irão fazer a felicidade de muitos pescadores e famílias que vivem, ou não, da
pesca.
Folha Serrana: Igor Melo, 29 de setembro de 2015, Ema, Iracema – CE, Brasil.
Fotos: Igor Melo

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