A partir de
hoje, Fortaleza começa a sentir, de fato, os impactos da estiagem. Além de
pagar mais caro pela água que consumir devido a uma revisão tarifária
extraordinária, o morador da Capital terá de economizar se não quiser
desembolsar, também, multa de 120% sobre o metro cúbico de água excedente à
meta estipulada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para cada
imóvel.
A proposta é
reduzir em 10% a média do consumo, lembra o gerente de Concessão e Regulação da
Cagece, João Rodrigues Neto. O arrecadado com as multas do desperdício, segundo
ele, será revertido em melhorias do plano de execução de perdas d’água e
direcionado para conta específica, monitorada pela Agência Reguladora de
Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce) e pela Autarquia de
Regulação, Fiscalização e Controle de Serviços Públicos de Saneamento Ambiental
(Acfor).
Para João,
os resultados das medidas só podem ser sentidos em janeiro de 2016, e, a partir
daí, devem ser publicados mensalmente. Ele explica, ainda, que a redução é uma
obrigação para todos de Fortaleza e da Região Metropolitana (RMF). Nos
municípios da RMF, o aumento e a tarifa de contingência só serão cobrados a
partir de amanhã, 20. “Vamos precisar que todos façam a contenção como forma de
evitar o racionamento”, alerta.
Isentos da
tarifa de contingência — que atinge somente Fortaleza e Região Metropolitana —
estão clientes da Cagece com consumo mensal inferior ou igual a dez metros
cúbicos, além de hospitais, prontos-socorros, casas de saúde, delegacias,
presídios, casas de detenção e unidades de internato e semi-internato de
adolescentes em conflito com a lei. Já o aumento tarifário é para todos os
municípios cearenses, exceto Pindoretama.
Adaptação
Otimista
sobre a aplicação da tarifa de contingência, o professor do departamento de
Engenharia Hidráulica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Francisco de
Assis Souza, acredita que Fortaleza ainda não deve passar por um racionamento
mais pesado como houve na seca de 1993 (veja fac-símiles), mas pode sofrer consequências
drásticas se não elaborar e executar plano de gestão consciente.
“Fortaleza
tem sido muito ‘protegida’”, considera. “A infraestrutura construída diminuiu
muito o impacto da seca na Cidade. A população esqueceu como é”, continuou.
Segundo ele, uma adaptação é necessária para evitar o colapso em caso de
prolongamento da estiagem, a exemplo da fabricação e disseminação de produtos e
utensílios pensados para reduzir a evasão d’água. Além disso, reforça ser
preciso reutilizar e conservar.
Saiba mais
A revisão
tarifária extraordinária é justificada pela Cagece pelo aumento nos custos do
serviço. Já a tarifa de contingência deve-se à estiagem prolongada que tem
diminuído os níveis dos reservatórios do Estado.
Ambas as
tarifas variam de acordo com o imóvel, como residências, estabelecimentos
comerciais, indústrias e entidades filantrópicas. O consumidor pode checar os
números no site da Cagece (http://bit.ly/1T7esQF) e calcular a média própria de
consumo em simulador disponibilizado pela Companhia (http://bit.ly/22f1dn2).
O Povo
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Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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