Nova
pesquisa sugere que fumar maconha pode acarretar em sintomas de mania, um
distúrbio mental que altera o humor e o comportamento.
Os
pesquisadores descobriram que há uma "ligação significativa" entre o uso
de maconha e o distúrbio, que pode variar de hiperatividade e dificuldade para
dormir à agressão, fazendo o usuário delirar e ouvir vozes, mesmo sem estar sob
efeito da droga.
O estudo com
mais de 2.000 pessoas é alarmante, especialmente, para os adolescentes que se
entregam ao hábito. O pesquisador chefe, Steven Marwaha, da Universidade de
Warwick, na Inglaterra disse: "A maconha é a droga mais prevalente
utilizada por menores de 18 anos. Durante este período crítico de
desenvolvimento, a mente está sensível aos problemas que a Cannabis sativa pode
causar aos adolescentes”.
O estudo,
publicado no Journal of Affective Disorders, examinou o efeito da maconha em
indivíduos que tinham passado por sintomas de mania. Isso pode incluir
sentimentos de euforia persistente, energia elevada, hiperatividade e uma menor
necessidade de sono. Mania também pode fazer as pessoas se sentirem irritadas e
agressivas com sintomas extremos, incluindo o delírio ou ouvir vozes.
“Queríamos
responder a duas perguntas: se fazer uso de maconha pode causar o aumento da
ocorrência de sintomas de mania ou episódios maníacos em indivíduos com
transtorno bipolar pré-existente. E também, se o uso da droga aumenta o risco
de aparecimento de sintomas de mania entre os que não possuem transtorno
bipolar pré-existente”, disse Marwaha.
Ele
descobriu que o consumo de maconha tende a preceder ou coincidir com episódios
de mania. Houve uma forte associação com novos sintomas da doença, sugerindo
que estes são causados pelo uso. "É uma ligação significativa", disse
o pesquisador.
O estudo
também descobriu que a Cannabis sativa piorou significativamente os sintomas de
mania em pessoas que haviam sido previamente diagnosticados com transtorno
bipolar. "Há estudos limitados sobre a associação do consumo de maconha
com os sintomas maníacos, o que sugere que esta é uma questão clínica
relativamente negligenciada. No entanto, a nossa análise sugere que o consumo é
um grande problema clínico que ocorre no início do curso evolutivo da doença
bipolar. Mais pesquisas são necessárias para considerar caminhos específicos do
uso da droga com o aparecimento de mania e como estes podem ser efetuados por
vulnerabilidade genética e fatores de risco ambientais", explicou Marwaha.
Os
resultados adicionam informações a estudos anteriores que ligaram a maconha com
um maior índice de problemas de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade,
psicose e esquizofrenia.
Contradição?
Um estudo
publicado este mês diz que a droga poderia ser utilizada para tratar a depressão,
que resulta do stress a longo termo. Os pesquisadores disseram que as moléculas
presentes na maconha, e não a droga em si, teriam este potencial benéfico. Os
endocanabinoides são compostos químicos produzidos naturalmente no cérebro que
afetam o controle motor, a cognição, emoções e comportamento.
Os
pesquisadores descobriram que o estresse a longo prazo reduz a produção de
endocanabinoides no cérebro, levando à depressão. Estas substâncias são
semelhantes aos produtos químicos encontrados na maconha. O THC é o principal
ingrediente ativo da planta e teria esse potencial benéfico.
Portanto, a
Cannabis sativa pode ser usada para restaurar os níveis de endocanabinoides no
cérebro, de acordo com os investigadores.
Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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