A presidente
Dilma Rousseff negou que o uso de R$ 10 bilhões do Fundo de Investimento do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) para financiar o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como está sendo estudado pelo
governo, possa trazer prejuízos ao trabalhador.
A presidente
– que primeiro disse que “não sabia direitinho” sobre o que estava sendo
perguntado – afirmou que fundos como o FI-FGTS e o da Marinha Mercante são
usados para financiamento de investimentos e pagamentos de dívida. Dilma não
quis responder, no entanto, se o fundo da Marinha Mercante poderia ser aplicado
também no BNDES, como está sendo analisado em relação ao FI-FGTS.
Dilma fez
questão de explicar, porém, que “o FI-FGTS é um fundo e o da Marinha Mercante é
outro”. Ao ser indagada se o fundo de Marinha Mercante poderia ir para o BNDES,
a presidente respondeu: “Cada um é de um jeito porque eles fazem equity, eles
aportam equity. Alguns (fundos) aportam equity, outros aportam dívida também.
São muito similares. São mecanismos que o setor público brasileiro tem para
ajudar o investidor”.
Em seguida,
a presidente Dilma saiu ainda em defesa do BNDES. “Não tem nenhuma instituição
mais importante que o BNDES no Brasil no que se refere ao financiamento de
longo prazo, seja para infraestrutura, seja para projeto industrial, seja para
qualquer grande atividade que precise de recursos hoje. No Brasil se tem o
BNDES como grande aportador”, declarou a presidente Dilma, ao chegar ao
Itamaraty, onde almoçou com a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, que está
em visita oficial ao País.
Conforme
reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” publicada nesta sexta-feira, 24, a
negociação de aporte do FI-FGTS no BNDES tem sido conduzida pessoalmente pelo
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que também pertence ao Conselho de
Administração do BNDES, e pelo presidente do banco de fomento, Luciano
Coutinho. Ambos, Levy e Coutinho, têm buscado integrantes do comitê de
investimento do FI-FGTS nos últimos dias para defender o aporte.
O ministro
da Fazenda está determinado a acabar com os repasses do Tesouro Nacional ao
BNDES, como forma de melhorar a transparência das contas públicas e,
principalmente, atingir a meta fiscal deste ano. Mas, diante da falta de
crédito privado na proporção demandada pelo mercado, o papel do BNDES continua
importante, dentro da lógica do Ministério da Fazenda. A saída para reforçar o
capital do banco sem, no entanto, envolver dinheiro do Tesouro foi buscar o
FI-FGTS – fundo que foi criado com o objetivo de ser uma alternativa a bancos
públicos e privados no financiamento de projetos de infraestrutura.
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