O aperto nas
contas do governo vai atingir em cheio um dos programas prediletos da classe
média na área de saúde, o Aqui Tem Farmácia Popular. A proposta orçamentária
para 2016 encaminhada para o Congresso prevê repasse zero para a ação, que
neste ano receberá R$ 578 milhões.
Criado em
2006, o programa permite a compra em farmácias credenciadas pelo governo de
medicamentos para rinite, colesterol, mal de Parkinson, glaucoma, osteoporose,
anticoncepcionais e fraldas geriátricas. Os descontos chegam a 90%. Com a
redução a zero os recursos, na prática essa política deixa de existir.
Pela
proposta encaminhada pelo governo ao Congresso, ficam mantidos o braço do
programa chamado de Saúde Não Tem Preço (em que o paciente não precisa pagar na
farmácia remédios para diabetes, hipertensão e asma) e as unidades próprias do
Farmácia Popular.
O problema,
no entanto, é que o número de unidades próprias dessas farmácias, que já é
pequeno, deve minguar mais em 2016. A previsão é de que não ultrapasse 460
postos de venda, em todo o País.
"Foi
uma medida necessária", justifica a secretária executiva, Ana Paula
Menezes. A primeira versão da proposta de orçamento encaminhada para o
Congresso reservava para a Saúde um total de R$ 104 bilhões. "Não era a
quantia dos sonhos, mas pelo menos a gente não estava morrendo afogado",
afirma a secretária.
Esse
cenário, no entanto, mudou. A nova versão retira da área R$ 3,8 bilhões. A
proposta enviada ao Congresso também enterra um acerto que havia sido feito
dentro do próprio governo, para que o montante reservado a emendas
parlamentares, cujo pagamento passou a ser obrigatório, fosse incorporado ao
cálculo desse mínimo que o governo federal tem de desembolsar.
Os problemas
para o cálculo do orçamento na saúde não se resumem a esse ajuste, feito na
primeira quinzena de setembro. Pela Constituição, tantos municípios, Estados
quanto União têm reservar uma fatia mínima de seu orçamento para gastos em
ações e serviços de saúde.
Para o
cálculo do piso federal, a regra usada até o orçamento de 2015 era: o
equivalente ao que foi desembolsado no ano anterior, acrescida a variação do
Produto Interno Bruto (PIB). Com a mudança, o governo federal tem de reservar
para o setor o equivalente a 13,5% das receitas correntes líquidas.
Fonte P.N

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