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30 de novembro de 2015

Após rebelião, 22 adolescentes fogem de Centro Socioeducativo Patativa do Assaré

Uma rebelião deixou parte do Centro Socioeducativo Patativa do Assaré destruída. Internos realizaram um motim na tarde de sábado, 28. Pelo menos 22 adolescentes fugiram durante a ação, detalhou o juíz Manuel Clístenes. Ainda não há informações sobre retorno de nenhum deles. Três jovens precisaram ser encaminhados ao hospital devido aos ferimentos. Segundo Clístenes, durante a noite de sábado, após a força policial controlar a rebelião, o clima continuava tenso na unidade. Com capacidade para 60 jovens, o Patativa do Assaré abrigavam mais de 200 adolescentes em conflito com a lei.

Na tarde deste domingo, 29, o Comando Tático Motorizado (Cotam) esteve no local para conter um princípio de rebelião. Os 180 jovens que permaneceram na unidade ficaram restritos aos blocos não danificados. Em conversa com O POVO Online, um orientador social que não quis ser identificado afirmou que profissionais ficaram feridos e que o clima de tensão permanece.

Segundo Manuel Clístenes, colchões foram queimados, houve destruição de  materiais e esta pode ser classificada como "uma grande rebelião".  "É um reflexo da situação do sistema socioeducativo. Ainda não houve nenhuma mudança. Permanece a mesma situação: de colapso", pontua  o juiz.

"A Polícia só conseguiu terminar de fazer controle por volta de 8 horas da noite (de sábado, 28). O pessoal de lá me ligou dizendo que o clima estava muito tenso. Os adolescentes estavam em uma pequena área que não teria sido destruída. Já estava muito ruim a situação sendo todo o espaço utilizado, imagina ter os 180 na ala pequena. Estavam gritando e muito agitados. Os orientadores estavam com medo, pois estavam em um número pequeno. Três adolescentes foram para o hospital. Um deles teria levado uma facadae outros dois ficaram bastante feridos", contou Manuel Clístenes.  Um vídeo supostamente mostrando a fuga dos adolescentes, que são vistos nas imagens pulando o muro, circula nas redes sociais.

Pelo menos 25 situações de conflito que envolvem rebeliões, motins e fugas foram registradas neste ano em centros para acolhimento de jovens em conflito com a lei do Ceará. A crise do sistema chamou atenção de entidades de direitos humanos e defesa da adolescência. Para controlar a situação, o Governo do Estado apresentou o Plano de Estabilização do Sistema Socioeducativo - detalhando ações para reestruturar a prestação de serviço aos jovens.


O POVO Online

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