O Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de inteligência financeira
do Ministério da Fazenda, encontrou movimentações financeiras suspeitas ao
analisar as transações bancárias do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
de três ex-ministros petistas – Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Antônio
Palocci (Fazenda) e Erenice Guerra (Casa Civil) -, de acordo com informações da
revista Época.
Os petistas
movimentaram quase R$ 300 milhões nos últimos anos sem que houvesse
justificativa para a entrada do dinheiro, conforme a reportagem.
Os dados
foram remetidos à CPI do BNDES na Câmara que investiga irregularidades em
contratos assinados com o banco entre 2003 e 2015. Os parlamentares querem
saber se membros do PT receberam recursos desviados desses contratos, que
concediam empréstimos subsidiados a grupos econômicos.
Lula teria
movimentado R$ 52,3 milhões entre abril de 2011 e maio de 2015. Uma das
movimentações que chamaram a atenção do Coaf foi a aquisição do ex-presidente,
então com 69 anos, de um título de previdência privada no valor de R$ 1 milhão.
Já a empresa de palestras do ex-presidente recebeu R$ 27 milhões e transferiu
R$ 25,3 milhões.
As operações
bancárias de Palocci são as mais vultosas e somam R$ 216 milhões entre 2008 e
2015. Segundo a Época, o relatório da Coaf comunica que o ex-ministro da
Fazenda fez pelo menos 11 depósitos de valores elevados à empresa Projeto
Consultoria, da qual é dono. Depois de deixar o governo Dilma, em junho de
2011, até maio de 2015, a empresa recebeu cerca de R$ 53 milhões, conforme a
publicação.
Nas contas
de Pimentel, atual governador de Minas, as operações financeiras alcançam R$
3,1 milhões entre 2009 e 2014.
Já Erenice
teria movimentado R$ 26,3 milhões de 2008 a 2015 em contas no nome dela e de
terceiros. De acordo com a Época, o escritório da ex-ministra recebeu R$ 12
milhões nos últimos quatro anos. A revista cita um trecho do relatório da Coaf
que menciona o repasse de R$ 209 mil a Saulo Guerra, filho de Erenice, pagos
por Fábio Baracat, suspeito de corrupção e tráfico de influência em contratos
com o governo.
Operações
Ao todo, o
Coaf examinou as contas bancárias e as aplicações financeiras de 103 pessoas e
188 empresas, em operações que somam aproximadamente R$ 500 milhões. Segundo o
documento, há indícios de irregularidades como transações financeiras
incompatíveis, saques em espécie e incapacidade de comprovação da origem legal
dos recursos.
As informações
devem ajudar a Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público nas
investigações da Lava Jato, sobre desvios nos contratos da Petrobrás, da
Acrônimo, relacionada a suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção no BNDES,
e da Zelotes, que apura fraudes em decisões do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf).
Em nota
divulgada ontem, o Instituto Lula disse que a revista “criminaliza os fatos” e
que os dados foram “vazados criminosamente”. “Não há nada de ilegal na
movimentação financeira do ex-presidente. Os recursos são oriundos de
atividades profissionais, legais e legitimas de quem não ocupa nenhum cargo
público”, diz a nota. No site, o instituto postou uma imagem com a capa da
revista sobre um carimbo com a palavra “mentira”.
A assessoria
de Pimentel informou, também em nota, que o governador “apresentará todos os
esclarecimentos assim que as informações mencionadas” forem disponibilizadas.
“A defesa desconhece a origem e o conteúdo dos documentos, ainda mantidos sob
sigilo para as partes”, diz a nota.
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