Uma médica
que trabalha no hospital de Mulungu no Maciço de Baturité, se recusou a aplicar
uma injeção em um soldado da Polícia Militar por ele estar portando uma arma de
fogo. O fato ocorreu nesta segunda-feira (15/09), dentro de um hospital
público, e virou assunto nas redes sociais com protestos e comentários acerca
da polêmica sobre o uso da arma de fogo em locais públicos e particulares.
O soldado
foi até o hospital para tomar uma injeção, mas a médica informou que só iria
atendê-lo se deixasse a arma em outro local. O motivo seria o constrangimento
causado pela presença de uma pessoa armada dentro do consultório. O comandante
da área foi até o local e pediu explicações acerca do caso.
A médica
divulgou o seguinte depoimento nas redes sociais; “Meu direito de me recusar a
atender um paciente em uma situação que me deixe desconfortável. Armas versus o
direito e o dever de portar a arma dele em serviço. Pedi ao policial para
deixar a arma com algum colega e pelo semblante não gostou, mas voltou sem a
arma. Daqui a pouco entra o comandante que me interroga sobre o motivo e
respondi que me deixava extremamente desconfortável, daí só entendia que dois
homens grandes na minha frente e um deles interrogando o motivo do meu
desconforto e tentando me convencer que estão a serviço da gente e da
população. Eu sei, mas não muda o fato que eu fico nervosa e o coração vai a
mil. Depois do interrogatório e discurso atendi o policial sem a arma”,
publicou no Facebook.
A médica não
pretende mais comentar sobre o caso, pois não se trata de um problema referente
ao porte de arma, mas referente a uma questão pessoal de ficar desconfortável
com a arma de fogo dentro de um ambulatório pequeno.
Segundo
informações do Relações Públicas da Polícia Militar do Estado do Ceará,
tenente-coronel, Fernando Albano, o comando da PM poderá se pronunciar sobre o
caso nesta terça-feira (16).
O sindicato
informou que a médica tem o direito de não atender um policial armado, não
sendo um caso de urgência. E também relatou que os profissionais da saúde se
sentem inseguros, pois existem casos de pacientes que entram armados e tentam
pressionar os médicos por se sentirem prejudicados em relação ao atendimento da
unidade hospitalar ou por não obterem atestado médico.
Ceara Agora
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