Elas estudam
mais, mas possuem formação em áreas que auferem menores rendimentos; estão mais
presentes no mercado de trabalho, mas continuam ganhando menos e caminham mais
lentamente rumo à formalização; ganharam espaço entre os responsáveis pelas
famílias e domicílios; e, mesmo entre elas, há importantes diferenciais
regionais e de cor ou raça, que reforçam as desigualdades de gênero ainda
enfrentadas pelas mulheres no Brasil.
Essas são as
principais conclusões das Estatísticas de Gênero - Uma análise dos resultados
do Censo Demográfico 2010, produzidas pelo IBGE em parceria com a Secretaria de
Políticas para as Mulheres (SPM) e a Diretoria de Políticas para Mulheres
Rurais e Quilombolas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (DPMRQ/MDA).
A publicação
apresenta indicadores sobre aspectos populacionais (incluindo famílias e
migração), pessoas com deficiência, habitação, educação, mercado de trabalho e
rendimento. Entre 2000 e 2010, no País, a proporção de mulheres na população
com ao menos um filho diminuiu nas faixas etárias mais jovens.
Em 2010,
37,3% das 50,0 milhões de famílias (únicas e conviventes principais) que
residiam em domicílios particulares, tinham a mulher como responsável e a
contribuição delas no rendimento familiar era de 40,9% em média. Dos 57,3
milhões de domicílios particulares permanentes em 2010, 38,7% tinham mulheres
como responsáveis. Quando se observa o tipo de composição familiar, a proporção
de mulheres responsáveis pela família foi inferior à média nacional naquelas
compostas por casal com filho (23,8%) ou casal sem filho (22,7%).
Número de
mulheres chefes de lar cresce no Ceará
Por outro
lado, naquelas formadas pelo responsável sem cônjuge e com filho(s), as
mulheres foram maioria na condição de responsável (87,4%). No Ceará, o
percentual de mulheres responsáveis pelo domicílio saltou de 26,6%, em 2000,
para 38,8% em 2010. O indicador utilizado para analisar a contribuição do
rendimento monetário das mulheres foi a média do percentual do rendimento
monetário das mulheres, de 10 anos ou mais de idade, em relação ao rendimento
monetário familiar total. No Brasil, este indicador foi 40,9%, enquanto para os
homens a média da contribuição foi 59,1%, em 2010.
Para as
mulheres residentes em áreas rurais, a contribuição monetária no rendimento
familiar total foi ligeiramente maior (42,4%) em comparação àquelas residentes
em áreas urbanas (40,7%). E enquanto no Nordeste o valor chegou a 46,8%, no
Centro-Oeste foi o mais baixo entre as regiões, de 37,8%. Nas famílias em que o
responsável era de cor ou raça preta ou parda o indicador chegou a 42,0%, em
famílias com responsável de cor ou raça branca a contribuição das mulheres foi
39,7%.
Nas famílias
formadas por casais, a média da participação do rendimento feminino foi de
33,5% quando não havia filho e de 31,7% quando havia filho na família, enquanto
nas famílias monoparentais – responsável sem cônjuge e com filho(s) – o
indicador atingiu 70,8%. Quanto à educação, o percentual de jovens de 15 a 17
anos que cursavam o ensino médio (apropriado à sua idade) era de 42,4% para os
homens e 52,2% para as mulheres. A proporção de jovens de 15 a 17 anos de idade
que só trabalhava era quase o dobro entre os homens (7,6%) se comparada à das
mulheres (4,0%).
Já a
proporção nessa mesma faixa etária dos que não trabalhavam nem estudavam era de
12,6% para as mulheres e 9,1% para os homens. No trabalho, entre 2000 e 2010, a
taxa de atividade passou de 79,7% para 75,7% entre os homens e de 50,1% para
54,6% entre as mulheres, porém, o crescimento da formalização entre as mulheres
(de 51,3% para 57,9%) foi inferior ao dos homens (de 50,0% para 59,2%). Em
2010, 30,4% das mulheres de 16 anos ou mais não tinham rendimento, frente a
19,4% dos homens.
As mulheres
tiveram o maior aumento real do rendimento médio de todas as fontes na
comparação entre 2010 e 2000 (12,0%), mas a disparidade permanece alta: elas
ganham em média 68% do que eles ganham. Das 50,0 milhões de famílias (únicas e
conviventes principais) que residiam em domicílios particulares em 2010, 37,3%
tinham a mulher como responsável. O critério para definir a pessoa responsável
pela família é de que seja aquela pessoa que era reconhecida como tal pelos
demais membros da unidade doméstica. Este indicador se eleva ligeiramente a
39,3% para famílias em áreas urbanas e diminuiu consideravelmente (24,8%) para
famílias em áreas rurais. Do total de famílias com responsável de cor ou raça
preta ou parda, 38,7% tinham a mulher nesta condição. Fonte Diário do Nordeste

Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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