Já se passou
um ano desde que a paranaense Ângela Maria de Barba Rocha, 28, foi atraída para
o Ceará e morta com golpes na cabeça. O suspeito do crime, o cearense cobrador
de ônibus Clécio de Oliveira Braga, 33, está preso. A demora na entrega de
documentação tem atrasado a marcação do julgamento.
O corpo de
Ângela foi encontrado no dia 5 de março do ano passado, dentro de um carro, em
Aracati, às margens da BR-304,na altura do quilômetro 66, município de Aracati,
no Litoral Leste. Clécio foi preso na residência em que vivia, no dia 27
daquele mesmo mês. A mulher, formada em Química, era natural do Paraná mas
vivia na Paraíba, onde trabalhava, quando conheceu Clécio pela internet.
De acordo
com o Fórum de Aracati, são aguardados documentos da Justiça de Fortaleza para
que seja marcada a data dos interrogatórios e julgamento.
Segundo
informações obtidas junto a funcionários do Fórum, faltam ser anexadas aos
autos a carta precatória com depoimentos de testemunhas que estão na Capital
cearense. Documentos também foram solicitados às Justiças da Paraíba e do
Paraná, e já estão em poder da 3ª Vara de Aracati.
A reportagem
entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado
do Ceará (TJCE). Por e-mail, o órgão informou que o processo está tramitando na
16ª Vara Criminal de Fortaleza.
Segundo a
assessoria do TJCE, a carta precatória solicitada já está sendo cumprida. Uma
audiência foi marcada para o próximo dia 13 de abril, quando então deverão ser
ouvidas três testemunhas de acusação.
Crime
No dia 5 de
março do ano passado, um corpo do sexo feminino foi encontrado dentro de um
veículo, em Aracati, nas proximidades da divisa do estado do Ceará com o Rio
Grande do Norte. Sem identificação, o corpo foi encaminhado à sede da Perícia
Forense (Pefoce), em Fortaleza.
A mulher
apresentava sinais de violência na região da cabeça. A perícia então constatou
que ela fora vítima de um golpe de objeto contundente.
No dia 22
daquele mês de março, a família de Ângela procurou a Delegacia de Proteção ao
Turista (Deprotur), em Fortaleza, relatando que a mulher estava desaparecida há
cerca de 60 dias e que, em sua fatura de cartão de crédito, constava várias
compras feitas no estado do Ceará. A delegada Adriana Arruda, titular da
Deprotur, passou a investigar o caso.
No dia 26 de
março, exames confirmaram que o corpo encontrado em Aracati pertencia a Ângela.
A Polícia Civil prosseguiu as investigações e, com base em informações obtidas
no início dos trabalhos, chegou até a pessoa de Clécio Oliveira.
Á época da
prisão, o delegado geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, explicou que o
suspeito era casado e pai de uma criança de cinco anos de idade, mas se
aproximou de Ângela, que mantinha um perfil em uma rede social, para começar um
relacionamento amoroso. Clécio foi capturado no dia 27 de março na casa onde
morava, no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, em uma operação da
Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria de Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS), Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),
Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur) e Delegacia Regional de Aracati.
Clécio
responderá na Justiça por como latrocínio (roubo seguido de morte), pois,
conforme as investigações, o suspeito retirou a quantia de R$ 28 mil da
conta-corrente de Ângela depois de praticar o crime. Além disso, utilizou os
cartões de crédito da vítima para fazer compras. Objetos pessoais dela foram
encontrados na casa do suspeito, que não soube explicar como eles foram parar
lá. O homem nega qualquer participação no crime.
Internet
Andrade
Júnior informou à época que o suspeito se aproveitou de um momento frágil na
vida de Ângela. A mulher estava se divorciando do companheiro quando iniciaram
o relacionamento na internet.
Clécio
chegou a ir a João Pessoa, na Paraíba, onde Ângela trabalhava, para conhecê-la.
Lá, utilizou nomes falsos quando se hospedou em uma pousada. Após conquistar a
confiança da mulher, o suspeito a convenceu a abandonar o emprego e a família.
A vítima foi atraída para o Ceará, onde ocorreu o crime.
Levi de
Freitas
Repórter
Folha Serrana, um site criado para mostrar os fatos e cultura dos Bastiões/Iracema e toda a região jaguaribana...
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