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11 de dezembro de 2015

Cearense é acusado de racismo contra a jornalista Maria Julia Coutinho

Foi identificada a participação de um cearense no caso de racismo pela Internet contra a apresentadora Maria Júlia Coutinho, da Rede Globo. O acusado teve um notebook e quatro celulares apreendidos em casa, no bairro São João do Tauape, durante operação comandada pelo Ministério Público de São Paulo. A apreensão ocorreu por volta das 5h30min desta quinta-feira, 10. As injúrias foram feitas via Facebook por perfil falso de nome Ariel Vieira.

Conforme o promotor Manoel Epaminondas Vasconcelos, o acusado participava de um grupo na rede social que reunia outros usuários acusados de crimes na Internet. Os equipamentos recolhidos nesta manhã devem seguir para São Paulo e servirão de prova contra os ataques à jornalista.

“Ele foi convidado a prestar depoimento ainda hoje, mas se recusou”, comenta o promotor membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que executou a operação, com apoio da Polícia Civil. Segundo Epaminondas, já foi encaminhada notificação formal ao acusado para que ele preste depoimento até sexta-feira, 11.

“Dessa vez, se ele não vier de maneira voluntária, pode ser conduzido até o local pela Polícia”, esclarece. O usuário pode responder pelos crimes de racismo, injúria racial e organização criminosa, por fazer parte de grupo responsável por outros crimes na Internet. “Esse grupo agiam de maneira planejada com intuito de atingir as vítimas”, comenta o promotor.

Operação

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) executou a operação em oito estados em que foram identificadas participação de usuários do Facebook em injúrias à jornalista Maria Júlia Coutinho, também conhecida como Maju. A ação teve como objetivo cumprir 25 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça a pedido da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de São Paulo. Além do Ceará, houve ações em Amazonas, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em nota, o MPSP informou que foram apreendidos computadores e aparelhos celulares e identificados 12 suspeitos, entre eles três adolescentes. Em depoimento, alguns confessaram a autoria das mensagens contra a jornalista e apontaram outros envolvidos. A Promotoria apurou que todos os administradores dos grupos de Internet nos quais as mensagens foram postadas são maiores de idade.

A investigação continua apurando a prática dos crimes de racismo, injúria qualificada, organização cibernética e, eventualmente, corrupção de menores.

As injúrias contra a jornalista aconteceram em julho, quando um grupo de 50 pessoas publicaram mensagens racistas contra Maria Julia Continho na página do Jornal Nacional no Facebook.


O POVO Online

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