Foi
identificada a participação de um cearense no caso de racismo pela Internet
contra a apresentadora Maria Júlia Coutinho, da Rede Globo. O acusado teve um
notebook e quatro celulares apreendidos em casa, no bairro São João do Tauape,
durante operação comandada pelo Ministério Público de São Paulo. A apreensão
ocorreu por volta das 5h30min desta quinta-feira, 10. As injúrias foram feitas
via Facebook por perfil falso de nome Ariel Vieira.
Conforme o
promotor Manoel Epaminondas Vasconcelos, o acusado participava de um grupo na
rede social que reunia outros usuários acusados de crimes na Internet. Os
equipamentos recolhidos nesta manhã devem seguir para São Paulo e servirão de
prova contra os ataques à jornalista.
“Ele foi
convidado a prestar depoimento ainda hoje, mas se recusou”, comenta o promotor
membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que
executou a operação, com apoio da Polícia Civil. Segundo Epaminondas, já foi
encaminhada notificação formal ao acusado para que ele preste depoimento até
sexta-feira, 11.
“Dessa vez,
se ele não vier de maneira voluntária, pode ser conduzido até o local pela
Polícia”, esclarece. O usuário pode responder pelos crimes de racismo, injúria
racial e organização criminosa, por fazer parte de grupo responsável por outros
crimes na Internet. “Esse grupo agiam de maneira planejada com intuito de
atingir as vítimas”, comenta o promotor.
Operação
O Ministério
Público de São Paulo (MPSP) executou a operação em oito estados em que foram
identificadas participação de usuários do Facebook em injúrias à jornalista
Maria Júlia Coutinho, também conhecida como Maju. A ação teve como objetivo
cumprir 25 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça a pedido da 1ª
Promotoria de Justiça Criminal de São Paulo. Além do Ceará, houve ações em
Amazonas, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
Em nota, o
MPSP informou que foram apreendidos computadores e aparelhos celulares e
identificados 12 suspeitos, entre eles três adolescentes. Em depoimento, alguns
confessaram a autoria das mensagens contra a jornalista e apontaram outros
envolvidos. A Promotoria apurou que todos os administradores dos grupos de
Internet nos quais as mensagens foram postadas são maiores de idade.
A
investigação continua apurando a prática dos crimes de racismo, injúria
qualificada, organização cibernética e, eventualmente, corrupção de menores.
As injúrias
contra a jornalista aconteceram em julho, quando um grupo de 50 pessoas
publicaram mensagens racistas contra Maria Julia Continho na página do Jornal
Nacional no Facebook.
O POVO
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