O Plenário
da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (26), o aumento de um ponto
percentual dos repasses de impostos federais ao Fundo de Participação dos
Municípios (FPM). A medida está prevista na Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 426/14, do Senado, que deve ser promulgada ainda neste ano para surtir
efeitos em 2015.
De acordo
com a proposta, em julho de 2015 passa a vigorar metade do novo repasse e, em
julho de 2016, a outra metade será acrescida.
A
Constituição determina que a União repasse ao FPM um total de 23,5% do produto
líquido da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI). Com a PEC, o total passa a 24,5%.
Na última
previsão da Secretaria do Tesouro Nacional, serão distribuídos neste ano R$
65,9 bilhões ao FPM. Até outubro, o Tesouro repassou R$ 49,7 bilhões.
O fundo
funciona desde 1967 e sofreu várias mudanças ao longo das décadas. Atualmente,
é feito um repasse de 22,5% a cada dez dias; e 1% é acumulado durante um ano
para repasse integral em dezembro de cada exercício.
Sistemática
semelhante será usada para o repasse adicional proposto pela PEC para julho de
cada ano. O dinheiro será acumulado para entrega total nesse mês.
A PEC 426
foi relatada na comissão especial pelo deputado Danilo Forte (PMDB-CE) e
obteve, em Plenário, o voto favorável de 349 deputados.
Recursos em
queda
Os
municípios querem o aumento de recursos do FPM para compensar a queda do total
repassado ao fundo nos últimos anos, provocada pela desaceleração da economia e
por estímulos à indústria com desoneração da carga tributária por meio da
diminuição do IPI.
Segundo a
versão da lei orçamentária de 2015 enviada pelo governo, estão previstos R$
72,8 bilhões de repasses ao FPM. Se mantida essa arrecadação, a PEC garantirá
cerca de R$ 1,5 bilhão a mais em 2015.
Além dos
recursos do FPM, os municípios têm direito ainda a 25% dos recursos repassados
pela União aos estados por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e
dos recursos repassados aos estados conseguidos com a Cide-combustíveis, cuja
partilha está prevista na Constituição. Entretanto, a alíquota dessa
contribuição é zero desde 2012.
Os repasses
às prefeituras são feitos com base em parâmetros divulgados anualmente pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) em razão da população de cada município e da
renda per capita do estado.
Construção
coletiva
Segundo o
relator, o aumento do repasse pelo fundo interrompe um cenário de dificuldades
para municípios localizados nas regiões mais pobres do Norte e do Nordeste, mas
ainda é pouco.
Danilo Forte
ressaltou que a proposta foi a possível de ser construída. “Tivemos uma
construção coletiva em busca de um consenso entre o governo e as demandas das
prefeituras, representadas por suas associações. Esperamos que isso seja o
começo de um novo pacto federativo”, afirmou.
Ele lembrou
que cerca de 86% dos municípios, que têm população inferior a 56 mil
habitantes, dependem dos recursos do FPM.
Marcha dos
prefeitos
O aumento do
repasse ao FPM tem sido reivindicado há vários anos em movimentos como a Marcha
dos Prefeitos. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) defendia um aumento
de dois pontos percentuais.
* Com
informações da Agência Câmara

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